7 de setembro de 2005

Velho lobo solitário do mar

Tempo frio e chuviscoso.

Eu não podia esperar melhor motivo para fechar-me solitário naquela Ubatuba. Trailer, cerveja escura, sopa e muita boa música. Eis minha semana fria na praia que vazia se manteve, para meu bel-prazer.

“Vou tomar umas latinhas e tomar coragem para encontrar o nada na praia de faróis apagados. Acho que estou resfriado, mas tudo bem.”

“Queria que ela estivesse aqui e passasse um dia frio comigo.”

Comecei a ler um livro estranho, mas 6 páginas foram tudo que consegui. Não podia me concentrar. O silencia me distraía, me traía, me atraía. Era sinal de que versos vinham em vagões fazendo chac-chac-chac-chac no horizonte alaranjado. Estava frio, mesmo assim.

“E se esse trailer for eu, e eu esteja criando pretextos para conhecer nova gente? Caminham algumas sombras por ali, apesar desse ermo. 'Esmo ermo.'”

“O corpo que busco foge conforme a idade. A barriga que pesa cada vez que corre atrás dela é culpa de sua cadeira do escritório, seu filho de putas!”

A lava lava. A cadeira suja.

Nenhum comentário: