5 de janeiro de 2008

Terra de ninguém

Estirado na areia: sol.
Sem vento: água e sal.
E não é ali. É aqui.
Um mar escorrendo.
Vontade escorrendo às gotas.

Tirado da areia: suando. Suo e ando.
Sonhando em vento. Leve, que me leve.
Calor, calor sem fazer nada.
Nada ali no mar, e nada aqui no bar.
Nada, nada, a danada anda.

Calor parado. Bafo.
É metabolismo.
Acelerado.
Quer coisas.
O rei pensa: água, água!
O jóquer grita: fogo, fogo!


Mas é muita brisa, muita brasa, pouco fogo.
Muita sede, e nada d'água matar.
O vento afoga: a brasa vira fogo..
O vento não veio: fogo, fogo!
— Foi um pedido.

Fogo que aquece sem sol é isso: furacão.
Nem precisa nome de mulher.
Basta um vento, um invento.
Queria ter entornado.
Ou tornado um tornado.
__
__

Um comentário:

Anônimo disse...

que bom q vc voltou a escrever. estava esperando.