23 de dezembro de 2009

Há pesar?

Construído sobre um resto
Orgulhosamente em aspas soterrado.
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Saudade, no entanto, dos tantos
Tempos de eu-rio-palavras, fluídas
E não lagos, brejos, sapos e moscas
Porque assim a alma lhe era: daída, mas rida.
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No rosto conhecido
Um amor que é novo em forma, sabido em cheio
E no entanto
Apesar do remorso que murmura pecados e jóias de brilho morto
Tal tartamudo é surdo nas batidas de seu fraco e forte oponente.
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E se não a frescura de um jorro garoto com frescor
Nem apesar do esforço sem ritmo e caído de seu abafado esforço
Ou talvez sem a lágrima fácil de um verso desesperado em seu próprio fácil nervo
Então, de onde?
De onde, esse perigo?
Essa iminência jovem
Essa eminência
Submerso soerguido?
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Que valem os anos, o riso de si, pegadas manhas?
Porque menino, apesar dos anos, sirrisos, manhãs pegadas
Não queria este homem um colo onde o travesso pudesse beliscar?
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Por que afoba?
Por que anseia?
E vai, e fui, e tal?
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De que me ser vil remorso
Se jogo-o fora, ele obedecendo aos apelos
Apesar silenciosa, a voz retumbante na madrugada?
E que fazer se a incerteza dilui os contrastes tão necessários ao entendimento Sapiens?
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Homo Amoris!
Homo Eros!
Eros, uma vez.
Track track revised
Director's redux version
Edição sem cortes nos pulsos
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A confiança dos anos e seios ganhos
Dos anos e seios perdidos
A confiança, estragetegicomifiança
Viril e afrodisíaco
— E, apesar, menino!
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A presença que nem remedia, narcotiza ou seda
Apesar do efeito conhecido em bula
Masoquismo declarado?
Vício oculto?
Amor velado?
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— Há pesar dos fatos?
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Lembranças escuras perderam cor
As flores reinaram nas entranhas
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6 comentários:

Arteathrash disse...

Ainda menino! rs

Lucas Alves Ferreira disse...

Jogos de palavras do Claucio.

Ahhhhh, os jogos de palavras do Claucio.

Inaudita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mainá Fernandes Yamachi disse...

Além de ainda menino, os jogos de palavras do Claucio, há pesar? Pois fico curiosa a respeito do que está velado no implícito de toda essa maravilha de técnica e sentimento sobrepostos com um domínio que só você mesmo para fazê-lo...
Apesar de não saber obviamente do que se trata intrinsecamente o oculto, sugiro, chuva para transbordar o brejo, abrir o céu, molhar as flores.
Este blog já está na minha barra de blogs favoritos. Você é foda, rapaz!

Obs.:Vou repassá-lo a um amigo, por sinal, poeta.

Leticia Borges disse...

Adorei . Sem palavras . Você é um gênio.
Gosto de ler e escrevo umas coisas, mais nada comparado o que você tenta passar.
Dá uma olhadinha lá no meu blog e vê algums poemas que fiz.
Beijinhos
Parabéns pelo seu trabalho

Bebê disse...

parece que vc constrói com as palavras! talvez pelo fato de eu já acompanhar há um tempo o seu blog, e por ter lido os primeiros posts, parece algo crescendo, algo evoluindo, mas sempre bom! não uma evolução que começa do ruim, sim uma evolução que começa de uma planície linda, pra chegar numa montanha maravilhosa, paisagens sempre incríveis, como tem que ser.