23 de dezembro de 2009

Ciclorama

Vias congestionadas, ruas entúpidas
Luzes brancas, vermelhas, brancas e vermelhas
— É Natal lá fora.
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Morto, primeira, morto, primeira, morto, primeira
Eu tão caostrofóbico
Mas, dentro
Na redoma de lata
Um suspiro de utopia
A brisa boa da vida premiada.

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“Tudo emperrado.”
Que tudo? Que nada!
O tempo se rendeu ao tempo.
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“Bom menino é peá
Mau garoto é o que há”

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E quando tudo e nada foi
O que deveria, poderia, quereria ter feito?
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Não sei!
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Se hoje não mais a urgência de ontem
Ou a contagem de outrem
__(Resisto a tais vozes)
A plena pousou sob os nossos olhos.
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As luzes de fora, o Natal dos outros
Se impenetrável à nossa realidade
No contraste, o efeito lindo
Os reflexos brancos e vermelhos em seu fundo negro
__(minhas cores, minha cor)
E a voz baixa, protegidos
Pelo tempo, pela eternidade do momento
A não-pressa do encontro.
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Fora, o totalitarismo do consumo
Dentro, o amor inconsumável.
E nem a falta de sentido
__(não a falta dos sentidos)
Abalou a certeza onipresente.

O homem. O seio. O sempre.
O grande. O terno. O ventre.
E o rubror adolescente

O branco, os negros.
O vermelho.
Era o que faltava:
Cicloramo

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Um comentário:

Arteathrash disse...

tricolor?
tá faltando o verde aí... natal tem verde, uai! rs