13 de setembro de 2007

Camadas

Na de cima, pinças catam mandiocas
— É minhac! Como. Ia. Dizendo.
E cá, lá, dá, nhá, c, ah!
Papapapeado até o amanhac!
Na de cima a busca poupada

Na de baixo, a busca calculada
Pela batata, coxa e colchão
Tato às escuras
Porém bem nas claras
Na de baixo a busca apalpada

É que são camadas
Separadas
Pela mesa do carteado
Do papeado
Do socialado

A minha mão
Descansa na sua coxa
Que-que-quer a minha
Mas há entre as camadas
A mesa plana
De cartas, de planos, e panos
A mesa que põe
-Te nas tuas
E menas minhas

Aí está!

Na de cima, cá nada
Na de baixo, trifurcadas

Está aí! Está aí!

Minha camada, na sua - se põe
Sobrepõe
Subpõe
E sua
Cava e sai da pele
Que é essa mesa carteada

Ao teatrando artificial
Ao manobrando artifício
Almejando artifícil

Camada social
É aquela que a gente finge
Mas camada submesal
É a que atinge
É a que nos diz as mãos
Que negam os petiscos
Preferem os deliscos

Vem-se comigo
Desfaz-me de amigo
De cartadas às quartadas
De saturadas às banhadas
Das fritas às cozinhadas
E nós, enfim, nas camadas.
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2 comentários:

Bebê disse...

caramba!

entendi pouco mas AMEI!!!




acho q tem coisa que nem precisa entender pra gostar.

Bebê disse...

agora reli e entendi melhor hahaha
mas ainda assim há algum mistério nela.