10 de janeiro de 2005

A sociedade é uma igreja; o preconceito é um deus.

A meu pai eu indaguei
Si’era mau não sentir Deus.
À minha mãe eu perguntei
Pois quem eram os tais Seus.
O meu pai me disse um dia
Qu'eu em breve saberia
Mas a mãe não prometeu:
“Deus-é-o-papai-do-céu-que-olha-por-nós-e-que-faz-o-bem-para-quem-faz-boas-coisas- vai-orar-meu-filho-e-peça-pra-dar-boas-notas-e-não-se-importe-com-o-que-dizem-pois-ele-está-com-quem-não-está-no-mundo-e-sim-no-espírito-então-aproveite-o-que-Ele-lhe-deu”

(só pra rimar com a resposta do meu pai).

Mas se Ele’stá por dentro, porque visto bem por fora?
“Se me orno pro prefeito, imagina pra quem ora”
Mas o’espírito quimporta, não quer ele ver-me nu?
Veio a velha e a mente morta, a cozer-mo quiera cru.

Entretanto, bem mais tarde, vi qui'o “Ele” era fajuto
Que’a criança estava certa, que não tinha estatuto
“Mas o’espírito quimporta, não quer ele ver-me nu?”

— Ou tu entra’em sociedade, ou ’cê toma-lhe no cu.”

.

A lava lava. Por isso, quero que se exploda.
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