2 de outubro de 2007

Reflexões da sarjeta

A arte é inútil, mas faz bem.

Viver sem arte, dá. Viver com arte, idem. Não se será mais livre, nem se comerá do melhor; nem das melhores.

Pra se viver dela, e não só com ela, é preciso duas opções: ou ser encaminhado, ou suar.

Quem conhece o fulano, ciclano e beltrano, vai ser o artista... dos anos.

Sem tio na área, nem amigo, nem tostão, soldado... é flexão!

O engenheiro tem que provar que é bom de cálculo. O advogado, de retórica. O carpinteiro, de mão. A modelo, de bunda.

E o artista? A arte prova, além de ser provada?


Qual o papel do artista, senão criar, criar, um verbo intransitivo? Sem pra quem. Sem pra quê. Sem o quê. O universo é uma gororoba. A humanidade é indigesta. Não se será mais livre, nem se comerá do melhor; nem das melhores. Mas talvez perceba os temperos da cozinha. A arte seria, então, o tempero? "É tudo o mesmo, mas o gostinho que me dá..."

Bom, ruim, pérola, bosta... Não ao maniqueísmo! A unanimidade é burra e a democracia, a audiência é prova viva; amigos tendem a entendê-lo; e os que pouco gostam se arriscam em cair no pedantismo do obscuro pelo obscuro.

De arte pela arte, já tivemos o Dadaísmo pixando, e medíocres sendo aplaudidos por (p)almas buarque-de-holandamente cordiais. (Respeita. Se apareceu na TV, é porque é bom).

Se todos os teus trabalhos não aliviam a inquietação, hás de ser artista. Ou problemático. Não excludentes.

Um eterno duplo sentido.
Sem tido.
Sen... tido!

O papel do artista é criar, criar, verbo intransitivo.

Seu papel acaba
quando acaba o papel
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PS: postagem número Se tenta.

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