7 de setembro de 2004

5 livros que eu não recomendo para o mundo das oito.

Cinco dos livros mais humanos já lidos por mim são: 1984, de George Orwell, Admirável Mundo Novo, de Addous Huxley, Ensaio Sobre a Cegueira, de Saramago, Crime e Castigo, de Dostoiévsky, e O Processo, de Franz Kafka. — Guardem este nome, pois é ele que tem relações com Bush (texto abaixo).

“Blábláblá”, dirá quem tiver um olhar mais atento e reparar que esses 4 estão na lista de recomendados que muitos fazem — ou seja, não acrescentei nada a mais ao valor inestimável dessas obras. Mas, por favor, dêem a mim esta chance de explicar.

Em meu breve resumo emocional, eu nasci em 1984. Sim, fui parido neste ano; mas há outro sentido, não-lógico. Eu digo que eu acordei minha percepção de como as coisas se movem com a obra 1984. O que ele descreve naquela destropia bélica é tudo o que um dia eu pude imaginar como o ser humano age: um grande irmão (o senso) que rege nossos atos, uma irmandade que age fanaticamente em prol de algo que mal eles dominam, e aqueles gozos chamados novilíngua, a língua do não-pensar, e o duplipensar, que é atuar a favor daquilo que você tem nojo por sua sobrevivência. Um publicitário consciente, digamos; se é que isso exista.

Lendo Admirável Mundo Novo, enxergo o mundo do consumo, a publicidade (mais do que em 1984). — Eu não irei explicar o porquê das coisas; sugiro que os leiam (apesar de que indicar um calhamaço é torcer pro Bush dizer que errou). Cegueira é um relato da luz, ou trevas, ou é deus, ou diabo, ou é conhecimento, ou ignorância, etc. Tem milhares de interpretações, e por causa disso até hoje sou indeciso quanto ao que (não) sei.

O mais recente lido é o Crime e Castigo. O último capítulo da terceira parte é um orgasmo em forma de vernáculo. Diz da divisão entre ordinários e extraordinários; mas também diz que não há como saber quem é quem; que o fim justifica o meio, e que por isso há crimes perdoáveis, etc. O problema é esta obra cair nas mãos de alguma pessoa inapta ao crime, pois ela julgar-se-á (para os leigos: "estará se julgando") livre pra fazer o que quiser. Ou seja, é o que todos pensam ser, livres. Ninguém poderá apontar quem é apto ou não. Acho que só Raskólnikov, até então.

Eu deixo soltas por aí algumas pérolas pra quem quiser pensar. O texto abaixo fala sobre o último livro, O processo, e sua relação com Michael Moore. É só uma lapso.

Nenhum comentário: