Pequena.
Só de tu vires tratar de rotina
Fico feliz de ouvir futilezas;
Me abro quão flores à luz da matina
Pra receber-te, teu pólen, leveza.
Quando notei-o, um bosque crescido
Vi que, pequena, driblaste a noção
E o zum zum, que até fora ruído
Hoje é sorriso, promessa, canção.
Se piscas, voa, me leva onde fores
Bata as asinhas e deixa-me tonto;
Se o pó que fecundas causa-me amores
És minha fada, pois sendo o meu conto.
No escuro, porém, te gamo calado
Desejo progride; fazer que me tarda
Quero dizer-te o que tem me inspirado:
Existe um jardim que à estufa te aguarda.
A lava germina.